sábado, 6 de julho de 2013

soneto às mãos de deus

as mãos de deus são facas, são punhais
que ferem de silêncio a vida humana.
o corte é feito a seco; seus sinais,
rastros no vento, pés de caravana.

tais gládios entram fundo, pele a pele,
nos lembrando o poder e a onipresença.
não há um bem que vença, mal que vele,
fio de vida que burle sua sentença.

as mãos de deus residem na alma humana,
e ali, são mãos de mãe com seu suporte,
que crispam forte o filho ainda menino.

mas, se uma mão acolhe, a outra engana:
leva no ventre o filho para a morte,
que dorme até esquecer o seu destino.

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